Era uma vez três jovens nerds que viviam em um pequeno apartamento em San Francisco (EUA) tentando fazer com que sua startup – dedicada a viabilizar a construção de torres de celular de baixo custo – desse certo e mudasse a vida deles. Não deu. Pior: quando lhes restavam apenas 70 mil dólares da verba que tinham, eles resolveram gastar tudo apenas "sobrevivendo" e pensando em novas ideias de software.
O maior problema do trio – que vivia para o trabalho, não saía de casa e pagava um aluguel barato – era o gasto com comida. E não só o financeiro, mas de tempo: sair, comprar, preparar, comer, lavar a louça. Por algumas semanas, eles tentaram viver apenas de fast food, mas nenhum deles suportou. Até que o engenheiro elétrico Rob Rhinehart, de 25 anos, teve um estalo e passou a ver comida como um problema de engenharia:
– Você precisa de aminoácidos e lipídios, não de leite. Você precisa de carboidratos, não de pão.
Convencido de que comida era uma maneira ineficiente de conseguir o que precisamos para sobreviver, Rhinehart leu alguns livros, sentou-se na frente do computador e só saiu dali depois que conseguiu elaborar uma lista com os 35 nutrientes essenciais à vida humana. Em seguida, comprou todos eles – em forma de pílula ou em pó – pela internet e fez uma vitamina no liquidificador. E mudou a vida dos três.
Soylent
Em resumo: já faz um ano que Rhinehart só se alimenta com essa mistura, que ele chamou Soylent e que acaba de estrear no mercado norte-americano. Ele e os amigos agora trabalham num amplo escritório – uma casa, na verdade -, receberam investimentos altíssimos de vários fundos e vão muito bem de saúde.
Melhor: com apenas dois meses de mercado, o produto já tem uma enorme comunidade de fãs que ajudam a melhorar a composição do produto. Há fóruns exclusivos para debater a fórmula do Soylent – que é aberta, como um código de software, e recebe atualizações (tratadas como updates).
A Soylent ainda não entrega o produto no exterior, mas você pode se cadastrar para saber em primeira mão quando poderá fazer essa compra aqui no Brasil, por exemplo.
Refeição recreativa x refeição necessária
Atenção: a ideia do produto é que você coma comida por prazer, não por necessidade. Para sobreviver e ter boa saúde, garantem Rhinehart e os médicos que prestam consultoria à empresa, basta tomar o Soylent.
Essa história está contada em uma excelente reportagem – "O fim da comida", com 30.3K compartilhamentos no Facebook! – da revista New Yorker dessa semana. Para ler na íntegra, em inglês, clique aqui.
Visita também o site da empresa, que é muito bem-feito e tem um vídeo esclarecedor sobre o produto: www.soylent.me